sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Siemens Brasil de olho no CESAR

O Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (CESAR) pode receber uma considerável injeção de recursos se for fechada uma parceria com a Siemens Brasil. O diretor da empresa, Newton Pereira, visitou o Centro pela primeira vez na quinta-feira passada a fim de “vislumbrar que parcerias são possíveis”. O executivo revelou a intenção no II Inovation Round-Up, evento promovido pela Câmara Americana de Comércio (Amcham), onde ele palestrou.
De acordo com Pereira, a política da Siemens determina que 20% dos investimentos da multinacional em pesquisa e desenvolvimento (P&D) sejam utilizados fora do país sede da empresa, a Alemanha. Na tentativa de captar mais desses recursos para o Brasil, Newton analisa que o CESAR pode ser um parceiro por ter “expertises” (especialidades) interessantes em três áreas de atuação.
Uma delas é o monitoramento remoto da vibração de turbinas, negócio em que a Siemens Brasil começa a entrar, segundo Pereira. “Vamos trazer para o Brasil um equipamento para medir vibrações em alta rotação e vai ser preciso pessoas preparadas para trabalhar com isso. O CESAR tem um grupo com esse conhecimento”, pondera Pereira.
O desenvolvimento em Tecnologia da Informação e a fábrica de softwares Pitang também chamaram atenção do diretor da Siemens Brasil, que constatou ser “forte” a possibilidade de fechar negócio com o Centro. O executivo citou uma experiência firmada em Curitiba (PR): “Temos uma plataforma de desenvolvimento em softwares para automação de energia com o Lactec (Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento), o ‘CESAR’ de Curitiba, para onde foram destinados recentemente R$ 40 milhões”, conta. Pereira não especificou que quantia poderia ser destinada a uma parceria com o Centro recifense.
Para o diretor de negócios do CESAR, Eduardo Peixoto, o diferencial do Centro é a qualidade superior e a eficiência em inovar nos processos. Em relação à Pitang, Peixoto cita a experiência em reuso de softwares. “Com 200 pessoas, a Pitang aposta muito em reuso e tem, inclusive, uma ferramenta nessa área que está sendo testada pela Nasa. É como se fosse um gerenciador de componentes, que reaproveita os “legos” de um software para desenvolver outros programas”, explica.